Somos um grupo de alunos que se conheceu no Grêmio, alguns organizando a XIX Semana de Artes da Poli (XIX SAPO), uns sendo gestão e outros como RD's ou mesmo como colaboradores. Estamos preocupados com o futuro do Grêmio e com a representação dos estudantes perante a Escola e a Universidade. Além disso, nos preocupamos também em trazer ao Politécnico, por meio da arte e da cultura, novas visões e atitudes.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Por que votar na eleição para o Grêmio?

A eleição tá aí, mas alguns podem estar pensando “Que diferença vai fazer se qualquer das chapas ganhar?”. Para responder a isso, temos que pensar em outra questão: Qual é a função do Grêmio?

Pois bem, seria simplista resumir esta função a algumas poucas palavras, mas, basicamente, o Grêmio deve ser o representante dos estudantes (e dos ideais destes) junto à Escola e à Universidade e, porque não dizer, à sociedade como um todo. Afinal, projetos como o Cursinho da Poli vão muito além dos muros da Universidade.
E o que isso tem a ver com o dia-a-dia do politécnico?
Tudo!

Só pra exemplificar, nos últimos anos, inúmeras discussões e decisões importantíssimas passaram pelo Grêmio: forma de ingresso, abertura ou não de curso noturno, normas para estágio... E, em breve, teremos a discussão sobre a nova estrutura curricular (EC3), que trará mudanças na forma de ensino da Escola.
E quem participa destas discussões e ajuda a definir os rumos que a Escola toma?
Todos nós, estudantes da Poli!

Seja através das Assembléias Gerais do Grêmio, seja através do Congresso dos Estudantes da Poli (em 2009, deverá acontecer o terceiro), seja através dos Representantes Discentes de departamentos e das comissões (de graduação, de pesquisa, etc...), os quais devem ser a ponte de comunicação entre os estudantes e as esferas de decisão da Escola. Num contexto ainda mais próximo de nós, temos os Representantes de Classe, que auxiliam na comunicação com os professores, informações de turma, etc...

Mas, para a maioria, fica a imagem preconceituosa de que o Grêmio é o lugar de uma minoria de esquerdistas que se preocupam mais com a FFLCH que com a Poli. Imagem esta que se perpetua quando aceitamos essa idéia pré-concebida que nos é passada e que nem contestamos. Quando criticamos o Grêmio sem ao menos saber o que realmente se passa por lá. Isso pra não entrar na discussão, que não cabe aqui, sobre os motivos da apatia política que toma conta de muitos de nós, mesmo porque não é um problema só da Poli, e sim da sociedade como um todo.

É verdade que falta divulgação das pautas de discussão e das decisões tomadas, mas, sejamos sinceros, quantos de nós lemos com atenção os informativos que o Grêmio divulga? Quantos de nós procuramos saber o que será discutido nas Assembléias Gerais? Quantos efetivamente procuramos nos inteirar dos assuntos, antes de sair divulgando informações do tipo “porque dizem por aí” e que podem ter sido distorcidas?

Pouquíssimos. Mas aí, quando acontece de ser tomada uma decisão aparentemente contrária ao interesse da maioria dos politécnicos, sentimo-nos incomodados, surge de novo a velha história “o Grêmio não representa a opinião do politécnico e sim da minoria que está lá”. Gente, o Grêmio é feito por todos nós! Cabe ao Grêmio levar as discussões aos politécnicos e levar a opinião destes à Escola e à Universidade, mas cabe a nós escolhermos com consciência as pessoas que nos representarão lá e cobrar deles a representatividade de nossas idéias.

O Grêmio Politécnico também tem papel fundamental no Movimento Estudantil. E se você acha que não tem nada a ver com isso, pense em como é uma entidade que representa mais de 6000 estudantes (contando os alunos de pós) nas reuniões de Diretório Central. Pense no peso que isso dá à Poli nas discussões que são feitas. Isso sem contar a importância histórica do nosso Grêmio no cenário político nacional. E você acha que, diante de todo este cenário, o Grêmio Politécnico deve se ausentar das discussões simplesmente porque a grande maioria de seus estudantes não participa dando sua opinião? Será que não é muito mais válido um Grêmio que incentive a formação de consciência política, dando aos estudantes a oportunidade de enxergar diferentes pontos de vista e, a partir deles, formar uma opinião própria? A partir do momento que o estudante percebe estes assuntos inseridos no seu dia-a-dia e vê a possibilidade de expressar suas opiniões num espaço livre e apartidário (que é como o Grêmio da Poli é hoje), é natural que se torne elemento mais participativo e atuante.

E é em pontos como esse que se vê a grande diferença entre as chapas que estão concorrendo este ano à eleição do Grêmio.

A chapa Polinova se coloca com a proposta de ir até o aluno para saber sua opinião. Diz que o Grêmio deve representar a opinião da maioria dos politécnicos. Tá, mas... como eles vão fazer isso? Fazendo votações, sem nem ao menos o mínimo de discussão (que ao ver deles é muito “burocrático”)? Se os alunos, que, na visão deles, gostam de eventos que promovam a estupidez politécnica (segundo palavras dos próprios, no primeiro debate entre as chapas), quiserem que tenha cerveja de graça o ano todo às custas do Grêmio, é isso que eles vão fazer? Pois, pelo discurso populista deles, é exatamente isso. Eles, que se colocam como a chapa da mudança, da inovação... É este o tipo de mudança que eles querem fazer no Grêmio? Transformá-lo num lugar de festas, que simplesmente reproduza o senso comum, senso este que nem ao menos será resultado de uma discussão e sim a mera posição de muitos que hoje não se interessam em saber o que acontece de fato no meio estudantil e se verão obrigados a dar sua opinião sem conhecimento de fato?

Pois a chapa Senso In-Comum, pensa diferente. Ela acredita que o politécnico seja sim capaz de participar mais ativamente das discussões do Grêmio. E não de forma forçada. Muito pelo contrário. Acreditamos que, a partir do momento que o politécnico perceba que os assuntos levantados nas discussões dizem respeito a ele, a partir do momento em que o Grêmio se torne mais próximo e presente em sua vida de futuro engenheiro, a participação dele ocorrerá de forma natural. Então, se houver alguma discussão que dependa diretamente da vontade dos estudantes, estes terão a base crítica necessária para opinar e fazer valer sua opinião. Não é à toa que um dos principais focos da chapa é a Representação Discente. Se você leu nossa carta programa, viu que pretendemos formar uma rede de RD’s. O que seria isso? É exatamente aperfeiçoar a estrutura já existente, melhorando a comunicação entre os RD’s e entre eles e os alunos. Para isso, serão feitas reuniões mensais com todos os RD’s, a fim de que haja a troca de informações e experiências. As decisões que forem tomadas nas comissões serão passadas para os alunos por meio de informativos e também por e-mails, como já é feito hoje pelo RD da Civil. Assim, não só os estudantes terão fácil acesso às informações, como também terão um meio rápido e eficiente de comunicação direta com os RD’s, através dos e-mails. Além disso, pretendemos organizar e divulgar amplamente o III Congresso de Estudantes da Poli, que será responsável, com a participação de nós, alunos, por definir as diretrizes do Grêmio pelos próximos 2 anos. Como forma de aproximação dos politécnicos, já estamos estabelecendo canais de comunicação com os centrinhos e equipes de extensão. Nossa chapa possui integrantes de todas as áreas, o que facilita a compreensão das necessidades de cada uma. Muitos dos nossos membros já participam ativamente de projetos do Grêmio (Cursinho da Poli, GTP, EP, Jornal “O Politécnico”), assim, temos conhecimento da real dimensão de cada um e de como encaminhá-los no processo contínuo de aperfeiçoamento.

Aliás, esta é outra diferença da Senso In-Comum com relação à outra chapa. Temos a visão de dar continuidade aos projetos que funcionam e realizar mudanças onde elas se fazem necessárias (melhorar a comunicação do Grêmio com os estudantes, fazer com que se sintam representados, pra citar alguns exemplos). Porque não adianta nada mudar todo o ano a gestão do Grêmio e cada gestão mudar tudo o que está lá. Que construção pode ser feita desse jeito? Embora muitos não saibam, embora muitos boatos errados tenham circulado por aí, nos últimos anos o Grêmio passou por um processo de recuperação, de colocar as contas em ordem. Isso mesmo, se você não sabe, dívidas e processos que estão hoje em negociação foram geradas muito antes das últimas gestões. O que estas fizeram, foi arrumar a casa aos poucos e hoje o Grêmio possui uma base sólida na qual se firmar. Base sobre a qual se ergueram ótimos projetos que hoje compõem o Grêmio (é só ver os já citados Cursinho, GTP, EP). Há coisas a serem melhoradas? É claro que há. E nos propomos a fazer isso, inclusive com maior participação dos estudantes nesse processo. Não é uma decisão a partir de cima, e sim algo a ser construído junto com os alunos.

Temos sim gente da gestão atual na chapa, o que nos dará o respaldo para o período de transição de gestão. Mas a maior parte é de gente nova, com consciência do que precisa ser mudado no Grêmio. Gente que já faz e não fica só no discurso.

Então, se você estava em dúvida quanto à importância do seu voto nessas eleições, espero que este texto o tenha ajudado a perceber a real dimensão do que está em jogo. Seu voto faz toda a diferença. Pense bem antes de votar e nos dias 12, 13 e 14 de novembro faça valer a sua opinião! Ajude a construir o Grêmio que você quer!

Um comentário:

DiRaOL disse...

Disse tudo!

Complicado um grupo que diz que quer ouvir o politécnico - e que quer passar uma imagem de democrático - querer achar qualquer motivo para impugnar a chapa concorrente. Estão mais preocupados em tentar derrubar o concorrente do que olhar pra si mesmos.....

Como disse um colega meu (que não é de nenhuma das duas chapas).... Eles mais parecem estar num ringue de luta livre....